Moradores de favela paulistana fazem barricada contra ação policial

Moradores da Favela do Moinho, localizada no núcleo da capital paulista, protestaram, nesta sexta-feira (18) contra uma ação policial realizada no lugar. Durante o protesto, eles fizeram uma barricada e atearam queimação nos trilhos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que cruza a comunidade. A Favela do Moinho é a única comunidade ainda existente no núcleo da cidade.

Segundo moradores, viaturas da Polícia Militar (PM) estão estacionadas desde ontem (17) na ingresso da favela e cercam o entorno com cones. De combinação com os relatos, os policiais têm ameaçado as famílias, acenando com a possibilidade de uma reintegração de posse.

Nascente é o segundo protesto organizado pela comunidade somente nesta semana. Há três dias, eles fizeram um ato contra o projeto do governo estadual que prevê a implantação de um parque no lugar.

De combinação com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), a região da Favela do Moinho será “requalificada” e, no lugar, será implantado o Parque do Moinho. Para isso, será necessária a remoção das murado de 800 famílias que vivem na comunidade, “que serão acolhidas em lares dignos”, diz a CDHU. A remoção das famílias está prevista para a próxima terça-feira (22).

As famílias, no entanto, alegam que suas moradias, muitas delas próprias, serão substituídas por imóveis financiados, fora do núcleo, dificultando o chegada a creches, oportunidades de trabalho e infraestrutura.

O protesto

A presença da PM na Favela do Moinho motivou o protesto de hoje, que levou à interrupção nas linhas de trens que circulam na região.

A CPTM informou que a circulação da Risco 7-Rubi precisou ser interrompida entre as estações Palmeiras-Barra Fundíbulo e Luz por volta das 15h10 e acabou sendo retomada às 15h44.

A concessionária ViaMobilidade disse que a circulação de trens entre as estações Júlio Prestes e Palmeiras-Barra Fundíbulo, da Risco 8-Diamante, foi normalizada às 15h50, depois interrupção temporária que começou às 14h17. Segundo a concessionária, durante o período de paralisação, ônibus do sistema Paese (Projecto de Escora entre Empresas em Situação de Emergência) foram acionados para prometer o deslocamento dos passageiros.

Procurada pela Dependência Brasil, a Secretaria de Segurança Pública informou que uma pessoa foi presa hoje no lugar, por “suspeita de tráfico de drogas”.

“Para o lugar, o Estado [de São Paulo] propôs o reassentamento de famílias da comunidade com o objetivo de levar honra e segurança a essa população, que vive sob risco saliente em condições insalubres, com adesão voluntária de mais de 87% da comunidade até o momento. Tapume de 50 pessoas protestam e interditam a ingresso da comunidade nesta tarde. As equipes policiais monitoram a situação à intervalo para evitar confrontos”, diz a nota da secretaria.

 

 

 

 

 

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