O programa Black STEM, que seleciona estudantes negros para concorrer a bolsas de estudo no exterior, está com inscrições abertas até o dia 30 deste mês. Pelo programa, os selecionados podem receber até R$ 35 milénio em bolsas para cursos nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na {sigla} em inglês). A iniciativa é do Baobá – Fundo para Isenção Racial, com base da B3 Social e parceria do Brasa, uma associação de estudantes brasileiros no exterior.
A lista com os resultados dos estudantes classificados será divulgada dia 11 de julho, no portal Baobá.
O Baobá é um fundo voltado para o incentivo à promoção da justiça racial para a população negra e ações de combate ao racismo no Brasil.
Na primeira edição do Black STEM, cinco estudantes foram selecionados: Camilla Ribeiro, de Vitória, que está em Portugal cursando pilotagem; Diovanna Stelmam, de São Paulo, que faz na China o curso de computação; Melissa Simplício, do Rio de Janeiro, que estuda ciência da computação nos Estados Unidos; Rilary Oliveira, de Diadema, São Paulo, que faz medicina na Argentina; e Eric Ribeiro, de Caieiras, São Paulo, aluno de engenharia aeroespacial e física na Universidade de Notre Dame, em Indiana, Estados Unidos.
Eric Ribeiro (foto) ficou sabendo do programa de bolsas por meio de uma exegeta do Instituto Social para Motivar, Estribar e Reconhecer Talentos – Ismart. Ele conta que ter suporte da família foi fundamental nesse processo.
“Minha família sempre apoiou muito minha conexão com o Baobá – eles se envolveram bastante no processo, encantados com a proposta do programa e tudo o que ele representa”, disse o estudante, que enfrentou dificuldades com o clima e a saudade da família. “A adaptação é um processo longo. O clima, a comida e a intervalo da família foram os maiores desafios. Acredito que neste semestre já esteja mais afeito ao indiferente de Indiana e à falta do arroz e feijoeiro de vivenda – coisas que, com o tempo, vão pesando menos, à medida que encontramos novos amigos e nos adaptamos à culinária sítio.
“No entanto, a saudade continua sendo um ponto difícil. A intervalo é uma regular: não dá para contornar, só para encurtar – e isso só acontece de meses em meses, quando tenho a chance de voltar”, afirmou o estudante.
Por outro lado, os pontos positivos têm sido incríveis, destacou Eric. “Estar em um campus onde todas as minhas atividades acontecem me permite gerar laços profundos. Acredito que os amigos que fiz cá são para a vida toda, pelo tempo e intensidade que vivemos juntos. E, outrossim, a proximidade com os professores e a chance de aprender com eles no dia a dia têm sido fundamentais para o meu desenvolvimento acadêmico e profissional.”
Além da bolsa de estudos, o estudante conta com iniciativas de suporte proporcionadas pelo Fundo Baobá e pela Associação B3 Social. “Tmbém recebo suporte neoemocional e psicológico, o que tem sido necessário para minha saúde mental longe de vivenda. As mentorias, as oportunidades de networking e a rede de base formada por outros bolsistas também fazem diferença. Sentir que não estou sozinho na jornada e que há um coletivo torcendo por mim transforma toda a experiência”, afirmou.
O estudante escolheu estudar engenharia aeroespacial e física nesta universidade por se identificar depois de ter contato com alunos. “Sobre a Universidade Notre Dame, foi uma escolha que uniu coração e estratégia. Desde as primeiras conversas com alunos e professores, percebi que era um lugar onde eu poderia crescer em todas as dimensões – acadêmica, pessoal e social. E foi exatamente isso que encontrei cá.” A presença negra na ciência é relevante para a humanidade
Em nota, a diretora de Programa do Fundo Baobá, Fernanda Lopes, explica o propósito do Black STEM e de que forma o projeto pode concordar estudantes negros no propósito de entrar e permanecer em instituições de ensino superior.
“Por isso, afirmamos que o Black STEM não é ‘unicamente’ um programa de bolsas complementares para concordar a permanência de estudantes negros em cursos de graduação completa em instituições estrangeiras. Por exemplo, a primeira médica da história da humanidade era uma egípcia; o pai da engenharia no Brasil, André Rebouças, foi um varão preto. O Baobá, ao instituir o Black STEM recupera a memória das contribuições negras para a ciência e tecnologia mundial e reitera que, no porvir, grandes descobertas e avanços também poderão ser protagonizados por pessoas negras”, explica.
*Estagiária sob supervisão de Marcelo Brandão