A Polícia Federal deflagrou, na tarde desta quarta-feira (7), a Operação Além Mar, com o objetivo de combater uma rede de tráfico internacional de animais silvestres. A investigação teve início após a apreensão, em fevereiro deste ano, de 17 micos-leões-dourados e 12 araras-azuis-de-lear — espécies brasileiras ameaçadas de extinção — que eram transportadas de forma irregular em uma embarcação interceptada na costa da República Togolesa, na África Ocidental.
A embarcação, de bandeira brasileira, havia partido do Brasil com destino ao Benin e carregava documentos CITES falsificados, supostamente emitidos pela Guiana. Os tripulantes foram presos em flagrante pela Guarda Costeira do Togo no dia 12 de fevereiro de 2024.
Como desdobramento das investigações, agentes da PF cumpriram nesta quarta-feira dois mandados de busca e apreensão em Juazeiro, no norte da Bahia. Um dos alvos foi um imóvel identificado como centro clandestino de distribuição de animais silvestres. No local, os policiais encontraram aves e primatas mantidos em cativeiro, confinados em espaços pequenos e condições degradantes.
Os animais foram repatriados em ação conjunta do Ibama e da Polícia Federal, sendo encaminhados a centros de reabilitação no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Segundo a Polícia Federal, os suspeitos responderão por tráfico internacional de animais silvestres, maus-tratos e organização criminosa — crimes cujas penas, somadas, podem chegar a 18 anos de prisão.
A investigação segue em andamento para identificar outros integrantes da rede e possíveis conexões internacionais.