A combinação entre a elevação da taxa de juros no Brasil e sinais positivos no comércio internacional trouxe um dia de alívio ao mercado financeiro nesta quinta-feira (8). O dólar comercial caiu 1,47%, voltando a ser negociado abaixo de R$ 5,70, enquanto a bolsa de valores subiu mais de 2%, encerrando no maior patamar desde agosto de 2024.
A moeda norte-americana fechou o dia cotada a R$ 5,661, com recuo de R$ 0,085. A desvalorização do dólar se intensificou à tarde, levando a cotação ao menor nível dos últimos seis dias. No acumulado de 2025, a divisa já registra queda de 8,4%. Entre as moedas latino-americanas, o real teve o segundo melhor desempenho do dia, atrás apenas do peso argentino.
Na B3, o índice Ibovespa saltou 2,12% e encerrou aos 136.292 pontos — o maior fechamento desde 28 de agosto do ano passado. Durante a tarde, o índice chegou a ultrapassar brevemente os 137,6 mil pontos, renovando seu recorde histórico intradiário.
A melhora nos mercados foi impulsionada por fatores internos e externos. No Brasil, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a Taxa Selic para 14,75% ao ano, acompanhada de um comunicado firme sobre o compromisso com o controle da inflação, agradou aos investidores. A sinalização de juros elevados por mais tempo aumenta a atratividade do país para o capital estrangeiro.
No exterior, o anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e Reino Unido trouxe otimismo aos mercados globais. O clima positivo foi reforçado por declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, que indicou avanços nas negociações comerciais com a China, ainda que sem detalhamentos.
O cenário mais favorável levou os investidores a retomar posições em ativos de risco, favorecendo o desempenho do mercado brasileiro. A perspectiva de estabilidade monetária, somada ao alívio nas tensões comerciais, foi decisiva para o bom humor desta quinta-feira.