A fábrica da montadora chinesa BYD, instalada em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, teve seu cronograma de produção adiado em função de uma série de desafios enfrentados nos últimos meses. Prevista inicialmente para iniciar suas operações em 2025, a produção completa de veículos só deverá começar no segundo semestre de 2026, segundo comunicado da própria empresa.
Enquanto a operação em regime completamente nacional (CKD — Completely Knocked Down) foi adiada, a BYD pretende começar a montagem parcial de veículos no segundo semestre de 2025, por meio do sistema SKD (Semi Knocked Down), com kits importados da China. Nessa fase inicial, cerca de mil trabalhadores devem ser envolvidos na produção local de modelos como o Dolphin Mini e o Song Plus.
A operação completa, com montagem integral no Brasil incluindo etapas como estamparia e pintura, está prevista para o segundo semestre de 2026. A meta é ampliar o índice de nacionalização de componentes e gerar mais empregos diretos na região.
O cronograma da obra foi impactado por diversos fatores, entre eles, investigações trabalhistas que resultaram no resgate de 163 trabalhadores em condições análogas à escravidão durante a fase de construção. A ação foi conduzida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Além disso, dificuldades logísticas, como a paralisação de equipamentos no porto da Bahia, também contribuíram para os atrasos nas obras.