“O Líder Do Governo Não Me Procurou E Nem Me Deu Tempo De Conversar Com Minha Bancada” Conta A Vereadora Aladilce Souza

Gabriela Encinas

A líder da oposição na Câmara Municipal de Salvador (CMS), vereadora Aladilce Souza (PCdoB), reagiu à forma como o Executivo encaminhou o projeto de lei que trata do pagamento e reajuste do piso salarial dos professores da rede municipal. “Nós fomos surpreendidos. Essa movimentação por parte da prefeitura começou na sexta-feira e hoje, ao chegar aqui, é que nós fomos abordados pelo líder do governo, que veio saber se havia acordo para fazer a reunião conjunta. Eu, como não fui consultada antes, disse, obviamente que não havia acordo. Acordo é quando você senta, conversa, explica e eu não tive nenhum tempo de conversar”, afirmou a vereadora nesta segunda-feira (19).

O projeto chegou à CMS na tarde da última sexta-feira (16) e publicado no Diário Oficial com uma convocação de reunião conjunta das comissões para analisar a proposta na segunda-feira. A tentativa de acelerar a tramitação, no entanto, não prosperou, pois Aladilce solicitou vistas para examinar o conteúdo com mais profundidade e destacou que o prazo legal de 72 horas será respeitado antes que a matéria vá à votação.

“Nós temos responsabilidade com o mandato, responsabilidade com essa instituição, que é a Câmara Municipal, e nós não podemos votar projeto nenhum sem ter conhecimento profundo da matéria. Especialmente quando se trata de um projeto dessa matéria, que diz respeito a todos os servidores do município que estão aí. A questão dos professores do piso do magistério tem, desde 2018, que os professores reivindicam o pagamento desse piso”, pontuou.

Para ela, o governo deveria dialogar previamente com as lideranças parlamentares e garantir tempo hábil para que as bancadas discutam o conteúdo. “É uma reclamação muito grande, uma insatisfação, não só dos trabalhadores em educação, como de todas as outras categorias, tem categorias que dizem que não estão contempladas no projeto […] É muito ruim quando a gente tem que atuar no susto, sendo sobressaltada, porque coloquem e chequem a nossa responsabilidade”, declarou.

A mobilização já provocou a suspensão de sessões na Câmara. O impasse acontece em meio à greve dos professores da rede municipal, iniciada no dia 6 de maio. A categoria cobra o cumprimento do piso salarial nacional, melhorias na infraestrutura das escolas, respeito à saúde dos profissionais e garantias na aposentadoria.

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