Por Cíntia Santos
Familiares de Eraldo Arruda Morais, de 72 anos, denunciam a demora na regulação do idoso, internado na UPA de Santo Antônio desde o dia 14 de maio. Segundo os parentes, o estado de saúde se agravou nos últimos dias, sem previsão de transferência para uma unidade hospitalar. Segundo a família, a unidade hospitalar não possui estrutura necessária para identificar a causa do problema que afeta a saúde do idoso. Ele foi internado com a suspeita de infecção por H. pylori.
Boletim médico emitido nesta terça-feira (21) aponta que o paciente está em “mal estado geral, emagrecido, com padrão respiratório desconfortável, presença de tiragem subdiafragmática e crepitações no hemitórax esquerdo. Apesar de vigil, não responde a comandos simples. Também apresenta taquicardia, com frequência cardíaca entre 110 e 125 bpm”.
O documento ainda registra febre de 37,9°C, uso de antibióticos iniciado no dia 20, padrão neurológico alterado há quatro dias.
Atualmente, Eraldo permanece na ala amarela da unidade, mas com a possibilidade de ser transferido para a ala vermelha diante do agravamento do quadro. A família cobra celeridade no processo de regulação.
Lucas Morais, filho do idoso, relatou o drama vivido pela família.
Foto: Reprodução / Acervo Pessoal
“Uma pessoa ativa, gostava de caminhar todo dia pela manhã, bastante família, tão família que todos nós estamos correndo atrás dessa regulação para ter ele o mais breve possível em casa. Não só nós da família, como amigos.”
Lucas ressalta que o pai está sendo muito bem atendido, mas que seu caso é grave e precisa de mais recursos.” O tratamento na UPA com ele é de extrema excelência, porém ele precisa de exames mais específicos, que vão ajudar na questão da saúde dele. Os profissionais da UPA não têm culpa alguma. A demora já passa de uma semana, ele se encontra muito debilitado.”
Carregado de emoção, ele enfatiza a dor de um filho ao ver seu pai em uma situação tão delicada. “Eu, como filho, não aguento mais olhar meu pai naquela situação, juntamente com minha mãe e meu irmão, que choram todos os dias com medo de que, com a demora, ele só piore e não consigamos reverter a situação”, disse.
O que diz a Sesab
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que o caso está sob avaliação da equipe médica da Central Estadual de Regulação, que busca uma unidade pública, filantrópica ou privada adequada ao perfil do paciente.
Confira a nota na íntegra:
“O caso do paciente está sob avaliação pela equipe médica da Central Estadual de Regulação, que está em busca de um serviço de saúde adequado ao perfil do mesmo em uma unidade pública, filantrópica ou privada. Ressaltamos que, em 2024, a Central Estadual de Regulação atendeu mais de 300 mil pacientes, alcançando uma taxa de resposta de 99,82% às solicitações feitas por unidades de saúde nos 417 municípios da Bahia. Apenas neste ano, mais de 122 mil pacientes já foram regulados, sendo 51% em até 24 horas, 73% em até 48 horas e 82% em até 72 horas.”
