O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai ampliar os investimentos para o programa NIB, Nova Indústria Brasil, em 13,7%. O valor passará dos R$ 259 bilhões previstos para R$ 300 bilhões. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (26) pelo presidente do banco, Aloizio Mercadante, em evento no Rio de Janeiro.
Até o momento, o BNDES já investiu R$ 205 bilhões no NIB, dos quais R$ 56 bilhões foram para a agropecuária, R$ 7 bilhões para a saúde, R$ 6 bilhões para a infraestrutura, R$ 17 bilhões para a descarbonização e R$ 23 bilhões para a defesa.
Mercadante disse que considera a alta da taxa de juros “um ponto fora da curva sob qualquer perspectiva que se analise a economia brasileira”. Segundo ele, há espaço para uma redução da Selic de forma “gradual, segura e sustentável”.
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, participou do evento e aproveitou para antecipar um novo projeto que promete alavancar a expansão de pequenos negócios.
“Estamos otimistas para que gente possa, nesta semana, ter a aprovação do Senado Federal, já foi aprovado na Câmara dos Deputados por unanimidade, o projeto de lei do presidente Lula que estabelece o chamado Acredita Exportação. É um estímulo para a pequena empresa conquistar mais mercado e exportar mais. A Itália é um bom exemplo”.
Também presente ao encontro e perguntado se haveria redução de gastos do governo no próximo ano eleitoral, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, espera que esse aumento seja inferior a 3%.
“Nós temos um marco fiscal que tá sendo reforçado pelas medidas. Temos até 2,5% de aumento real do gasto público de teto. É daí pra menos. Vamos seguir a regra fiscal como combinado com o Congresso Nacional”.
Haddad lembrou que o Brasil tem uma “caixa-preta” em renúncias fiscais.
“R$ 800 bilhões de renúncia fiscal. Ao invés de oferecer uma alíquota média de tributos menor para todo mundo, a gente resolve escolher os campeões nacionais que levam o grosso do orçamento. Enquanto aquele que paga imposto fica prejudicado por aquele que fez do lobby a sua profissão de fé”.
O ministro da Fazenda avaliou ainda que a reforma tributária, aprovada recentemente no Congresso Nacional, terá efeitos extraordinários sobre o ambiente de negócios no país, e que a carga tributária do Brasil hoje é menor que há dez anos.
“Começando pelo fato de que a desoneração do investimento vai ser de 100%, a desoneração da exportação vai ser de 100%, a guerra fiscal vai acabar entre os estados, inclusive a guerra fiscal dos estados com a união também vai acabar, em benefício do bom empresário”.
Em comemoração ao Dia da Indústria, celebrado no domingo (25), o BNDES promove nesta segunda-feira o evento Nova Indústria Brasil, com debates sobre a política industrial nacional.
* Com informações da Agência Brasil