O Brasil está reconstruindo sua rede de proteção social e colhendo os frutos. A afirmação é do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, que participou do programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Segundo ele, o país conseguiu retirar milhares de pessoas da situação de emergência alimentar graças à reestruturação de políticas públicas de transferência de renda e apoio nutricional.
“Era um cenário inaceitável: mesmo sendo a décima maior economia do planeta e um dos maiores produtores de alimentos, convivíamos com 33,1 milhões de brasileiros passando fome e índices alarmantes de pobreza”, lamentou o ministro.
Logo que assumiu a pasta, Wellington Dias encontrou uma estrutura fragilizada e mergulhada em irregularidades. Para enfrentar esse quadro, foi preciso agir em várias frentes. A reformulação do Cadastro Único, com uso de tecnologia e inteligência artificial, aliada ao trabalho integrado com a Controladoria-Geral da União, Polícia Federal e outros órgãos de fiscalização, permitiu o cancelamento de 4,1 milhões de benefícios irregulares.
“Foi um trabalho sério, com base em dados e em justiça social. O Tribunal de Contas da União estimou uma economia anual de R$ 34 bilhões graças a essas ações”, destacou. A população também tem papel fundamental nesse processo, com denúncias feitas por meio do Disque Social 121.
Mas o trabalho não para na correção dos erros do passado. Segundo o ministro, o objetivo agora é criar oportunidades reais para que essas pessoas mudem de vida. “Em 2023 e 2024, tivemos 16,5 milhões de admissões formais entre beneficiários do Bolsa Família e do Cadastro Único. Isso mostra que, com políticas consistentes, as pessoas respondem e buscam dignidade por meio do trabalho.”
Programa Acredita no Primeiro Passo
Dentro desse esforço para superar a pobreza, o governo criou, em outubro de 2024, o programa Acredita no Primeiro Passo, voltado à promoção da autonomia socioeconômica e valorização do empreendedorismo entre pessoas de baixa renda.
“Queremos pegar na mão e conduzir essas pessoas do estado de pobreza extrema para a classe média. Já são mais de 200 mil empreendedores do Bolsa Família e Cadastro Único participando da iniciativa, e agora vamos ampliar esse alcance”, afirmou Wellington Dias.
A implementação do programa ocorre por meio de parcerias com estados, municípios, Distrito Federal, organizações da sociedade civil e instituições públicas e privadas, que oferecem capacitação, assistência técnica, orientação gerencial e encaminhamento ao mercado de trabalho.
Além disso, instituições financeiras com atuação em microcrédito também podem integrar o programa, utilizando recursos de fundos constitucionais (FCO, FNE e FNO) e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Nos primeiros meses de operação, já foram disponibilizados mais de R$ 3,1 bilhões, com mais de 192 mil operações realizadas.
A meta é ousada: alcançar 1 milhão de brasileiros com oportunidades concretas para sair da pobreza. E, segundo o ministro, os primeiros resultados mostram que o caminho está sendo trilhado com firmeza e compromisso social.