Mais da metade dos casos de fraudes no INSS poderiam ter sido evitados com o uso da biometria. A afirmação é do delegado da Polícia Federal, Carlos Henrique Oliveira de Sousa. Ele falou nesta quarta-feira à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, da Câmara dos Deputados.
O delegado disse que a governança do INSS não funcionou, o que deixou espaço para fraudes. Ele defendeu melhoria nos sistemas e mencionou pesquisas de outros agentes sobre os crimes previdenciários.
“Nós temos uma especialização dentro da Polícia Federal no combate aos crimes previdenciários. A gente tem colegas que fizeram mestrado e eles apuraram que se a biometria tivesse efetivamente instaurada, 58% das fraudes poderiam ser evitadas”
Segundo o delegado Carlos Henrique, os primeiros inquéritos chegaram à Polícia Federal em maio de 2023, mas o relatório da CGU, de junho do ano passado, foi o ponto de virada.
O documento destacava 11 entidades envolvidas responsáveis por 90% dos descontos irregulares nas folhas de aposentados e pensionistas.
Carlos Henrique disse que as investigações mostraram a proximidade de um diretor do INSS com essas entidades associativas.
“Nas investigações e levantamentos em fontes abertas, ficava claro o envolvimento de um diretor especificamente com uma das entidades. Ele chega a ir a algum evento público de uma dessas entidades, que mostrava claramente a relação pessoal dele com essas entidades”.
O delegado federal explicou que há um inquérito principal, que apura a responsabilidade de servidores, e outros inquéritos em cada estado para verificar cada associação envolvida nos descontos indevidos.