O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, celebrado neste sábado, dia 26, acende um alerta importante para a saúde das gestantes: a elevação da pressão arterial durante a gravidez representa um risco significativo, podendo desencadear complicações, como disfunções renais e alterações nas plaquetas.
Segundo dados divulgados pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, de 2010 a 2021, o número de mortes causadas por síndromes hipertensivas oscilou entre 311 e 338 casos por ano. A doença é a segunda principal causa de morte materna no mundo.
Entre os sintomas, a gestante pode sentir dor de cabeça, vista embaçada, vômitos e fraqueza. Além dos riscos para as mães, a falta de acompanhamento médico contra a hipertensão pode afetar diretamente o desenvolvimento do bebê ainda na barriga.
O ginecologista José Carlos Peraçoli explica melhor como os bebês podem ser afetados:
“A hipertensão diminui a quantidade de sangue que chega para o bebê. Assim, ela prejudica a chegada de nutrientes que promovem o ganho de peso. E esse bebê poderá nascer com peso abaixo do normal. (…) Diminuindo o sangue que chega para o bebê, também diminui quanto chega de oxigênio. E esse oxigênio, se ele estiver muito diminuído na chegada para o bebê, ele pode morrer dentro do útero ou nascer com o que nós chamamos em sofrimento, com asfixia”.
A ginecologista Nicole Kemberly esclarece que a hipertensão gestacional ocorre quando a pressão arterial, ou seja, a força que o sangue exerce contra as paredes das artérias, se mantém elevada, acima dos níveis considerados saudáveis. Essa condição pode surgir a partir da vigésima semana de gestação e, em alguns casos, evoluir para uma complicação mais grave conhecida como pré-eclâmpsia. A médica Nicole reforça que um dos caminhos para evitar a doença é ter uma vida saudável antes mesmo de engravidar e não faltar às consultas de pré-natal.
*Com supervisão de Rafael Gasparotto