Inventimentos reforçam criação de complexo industrial de saúde no país

Três decisões estratégicas do governo, anunciadas há tapume de dez dias, vão ao encontro de um dos principais braços da política de incentivo à indústria: o Multíplice Econômico-Industrial da Saúde (Ceis), que, ao mesmo tempo, procura fortalecer a produção industrial e prover o Sistema Único de Saúde (SUS).

Em cerimônia na cidade mineira de Montes Claros, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a multinacional dinamarquesa Novo Nordisk, anunciou o investimento de R$ 6,4 bilhões para produzir remédios no Brasil.

A farmacêutica é importante fornecedora para o SUS de insulina e medicamentos para o tratamento de hemofilia. Atualmente, é responsável por 2,65 milénio empregos diretos e indiretos, que devem ser acrescidos de mais 600.

O objetivo do investimento anunciado é aumentar a capacidade de produção de tratamentos injetáveis para pessoas com obesidade, diabetes e outras doenças crônicas graves.


Rio de Janeiro (RJ), 13/04/2024 – População participa do dia D de vacinação contra a gripe, na Praça Afonso Pena, na Tijuca, zona norte da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 13/04/2024 – População participa do dia D de vacinação contra a gripe, na Praça Afonso Pena, na Tijuca, zona norte da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

BNDES, Finep e Instalação Butantan, responsável prertendem investir em em micro, pequenas e médias empresas inovadoras na dimensão de saúde. Foto:Tomaz Silva/Dependência Brasil

Parceria tripartite

No mesmo dia, o Banco Pátrio de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Instalação Butantan, responsável pela gestão de recursos do Instituto Butantan, informaram que vão investir pelo menos R$ 200 milhões em micro, pequenas e médias empresas inovadoras na dimensão de saúde.

O esforço conjunto será para a geração de um fundo que vai mirar em startups, empresas com potencial de inovação e grande uso de tecnologia. As três instituições buscam fortalecer a cárcere de suprimentos do SUS.

O BNDES, banco público ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Transacção e Serviços (MDIC), é um dos braços do governo que fomentam o Multíplice Econômico-Industrial da Saúde. O banco deve aportar de R$ 50 milhões a R$ 125 milhões ao fundo.

A Finep, empresa pública ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI), destinará até R$ 60 milhões. Já o Butantan ─ maior produtor de vacinas e soros da América Latina ─ é ligado ao governo de São Paulo e aportará ao menos R$ 50 milhões..

A empresa, sediada em Aparecida de Goiânia (GO), venderá ao governo itens uma vez que stent farmacológico coronário, cateter e fio guia dirigível para angioplastia e balão periférico.

Stent é um pequeno dispositivo médico em forma de tubo, inserido em artérias para prevenir e evitar a obstrução do fluxo sanguíneo, ou seja, é diretamente ligado a intervenções cardiovasculares.


Rio de Janeiro (RJ), 13/04/2024 – População participa do dia D de vacinação contra a gripe, na Praça Afonso Pena, na Tijuca, zona norte da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 13/04/2024 – População participa do dia D de vacinação contra a gripe, na Praça Afonso Pena, na Tijuca, zona norte da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Uma das ações estratégicas é o financiamento à principal fornecedora de stents farmacológicos para o SUS. Foto: Tomaz Silva/Dependência Brasil

Multíplice Industrial da Saúde

A política industrial do governo, batizada de Novidade Indústria Brasil (NIB), foi lançada em janeiro de 2024. É dentro deste conjunto de incentivo que estão as ações voltadas ao Multíplice Econômico-Industrial da Saúde, que faz secção da chamada Missão 2 da NIB.

Além de gerar tarefa e desenvolvimento econômico, a meta da política de incentivo é louvar a produção pátrio de 45% para 70% da urgência de medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, materiais e outros insumos e tecnologias em saúde, até 2033.

Procurado pela Dependência Brasilo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Transacção e Serviços informou que os valores direcionados à Missão 2 superam R$ 57 bilhões, entre investimentos públicos e privados. É numerário que vai potencializar produção em laboratórios e indústrias.

Ao tutelar a política de incentivo na fábrica de Montes Claros, o presidente Lula afirmou que há “uma revolução na recuperação da indústria deste país”, particularmente nas indústrias vinculadas ao Multíplice Econômico-Industrial da Saúde”.

“Isso é verosímil porque o SUS é um grande comprador de tudo o que a gente fabrica cá”, completou o presidente.

Resultados práticos

Uma das faces do efeito prático do investimento no Multíplice Econômico-Industrial da Saúde é a redução da obediência externa, repto que ficou visível durante a pandemia de covid-19, quando o Brasil dependeu da importação de vacina, equipamentos hospitalares, uma vez que ventiladores mecânicos, e insumos, uma vez que máscaras.

A Instalação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição referência em saúde pública, é uma das beneficiadas direta da Missão 2 da NIB.

A Fiocruz informou que, “por meio de Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), investe continuamente em inovação e desenvolvimento tecnológico para melhorar suas capacidades produtivas”.

Um dos projetos mais significativos é o Multíplice Industrial de Biotecnologia em Saúde, que está sendo construído em um terreno de 580 milénio metros quadrados – equivalente a respeito de 80 campos de futebol – no Rio de Janeiro.

A unidade terá capacidade de produção anual estimada em 120 milhões de frascos de vacinas e biofármacos, para atender prioritariamente às demandas da população brasileira por meio do SUS.

O Programa de Aceleração do Propagação (PAC) do governo federalista prevê investimento de tapume de R$ 2 bilhões em quatro anos para a construção. A Fiocruz informou à Dependência Brasil que ainda estão sendo captados aproximadamente R$4 bilhões de investidores e parceiros diversos.

A Fiocruz acrescentou que, entre as medidas para buscar autossuficiência do país, tem investido em tecnologias avançadas, uma vez que a plataforma de RNA mensageiro (mRNA – transporta informações genéticas do vírus), incluindo uma vacina contra a covid-19, que está em temporada pré-clínica.

Efeito multiplicador

A Confederação Pátrio da Indústria (CNI) classifica o Multíplice Econômico-Industrial da Saúde uma vez que “estratégico para o desenvolvimento econômico e social do país”.

Na definição da técnico de Política Industrial da CNI, Caroline Giusti de Araújo, o multíplice articula uma ampla base produtiva e tecnológica, que abrange desde a indústria farmoquímica e farmacêutica até vacinas, testes diagnósticos, terapias avançadas, hemoderivados e dispositivos médicos.

O setor representa, descreve ela, tapume de 10% do Resultado Interno Bruto (PIB – conjunto de bens e serviços produzidos no país) e mais de 30% do esforço de ciência, tecnologia e inovação. A técnico aponta que investimentos no setor têm um efeito multiplicador.

“A cada R$ 1 milhão produzidos no setor farmoquímico e farmacêutico, geram-se, em média, R$ 2,46 milhões em valor bruto da produção”, calcula.

Relembrando que a pandemia de covid-19 expôs dependências do Brasil a fornecedores estrangeiros, a CNI afirma que políticas de incentivo industrial se tornaram essenciais para reduzir vulnerabilidades, testificar a segurança sanitária e impulsionar a industrialização com base em inovação.

“Acreditamos que políticas uma vez que essas que integram o Multíplice Econômico-Industrial da Saúde estimulam os investimentos em pesquisa e desenvolvimento por secção do setor, que já se destaca uma vez que um dos maiores na indústria de transformação brasileira”, avalia Caroline Araújo.

Envolvente econômico seguro

O presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), Nelson Mussolini, aprova a política de incentivo industrial, e enfatiza que o setor farmacêutico atua tanto na promoção da saúde e da qualidade de vida da população brasileira, assim uma vez que no desenvolvimento econômico.

“A cárcere produtiva farmacêutica representa um polo industrial, tecnológico e científico de ponta, que emprega tapume de 900 milénio pessoas de forma direta e indireta”, apontou ele à Dependência Brasil.

O representante de farmacêuticas nacionais e internacionais que produzem no Brasil defende que o incentivo ao setor deve ser tratado uma vez que política de Estado, baseada em regras claras e constantes.

“Uma política de desenvolvimento do multíplice industrial da saúde necessariamente tem que ser uma política de Estado e, por isso, precisa ter marcos legais muito estabelecidos”, diz.

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