Justiça Substitui Prisão Preventiva De Influenciador Acusado De Atropelar E Matar Fisioterapeuta Por Medidas Cautelares

Após 10 meses foragido, o influenciador Vitor Vieira Belarmino, acusado de atropelar e matar o fisioterapeuta Fábio Toshiro Kikuta, teve a prisão preventiva revogada nesta sexta-feira (30) pela juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis, da 1ª Vara Criminal da Capital. O caso aconteceu em julho do ano passado, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio, poucas horas após o casamento da vítima.

Fábio e a esposa, Bruna Villarinho, tinham acabado de se hospedar em um hotel da orla e decidiram ir até a praia quando foram atingidos por uma BMW dirigida por Belarmino. Fábio morreu no local. A tragédia foi registrada por câmeras de segurança, e testemunhas relataram que o veículo estava em alta velocidade e foi conduzido de forma imprudente.

Decisão judicial e justificativa

Mesmo após manter a prisão do réu em audiência nesta quarta-feira (28), a magistrada decidiu revogá-la dois dias depois, alegando que medidas cautelares menos gravosas seriam suficientes no momento. Em sua decisão, a juíza destacou que o influenciador é primário e possui bons antecedentes criminais, afirmando que “a ordem pública não se mostra de fato ameaçada”.

A juíza também relativizou o histórico do réu na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), que tem 97 anotações. Apenas 11 foram atribuídas diretamente a ele, sem registros de direção em alta velocidade, segundo a magistrada. “Utilizar tal fundamento, isoladamente, para justificar a prisão cautelar, não se mostra adequado neste momento processual”, escreveu.

O Ministério Público se manifestou contra a libertação, ressaltando que o acusado ficou foragido por quase toda a instrução processual, o que representaria risco à investigação. A promotoria também mencionou o laudo técnico que apontou que Vitor dirigia a 109 km/h em área com limite de 70 km/h.

Medidas cautelares

Com a revogação da prisão, Vitor Belarmino deverá cumprir uma série de restrições impostas pela Justiça:

  • Comparecimento mensal ao juízo para informar suas atividades;
  • Proibição de dirigir, com entrega da carteira de habilitação;
  • Proibição de frequentar casas noturnas entre 22h e 6h;
  • Proibição de contato, direto ou virtual, com testemunhas, familiares e a viúva da vítima;
  • Proibição de se ausentar do Rio de Janeiro por mais de 30 dias sem autorização judicial;
  • Entrega do passaporte à Justiça;
  • Respeito ao limite de 500 metros de distância da esposa da vítima.

Vitor Belarmino se entregou à polícia no dia 19 de maio, após passar quase um ano foragido. O processo segue em tramitação na Justiça do Rio.