Mais de 2.500 trabalhadores informais da Ceasa de Simões Filho podem ficar sem nenhum tipo de renda após a requalificação do equipamento, que será realizada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia (SDE). Eles alegam não saber para onde irão após a concessão da Ceasa e que o Governo Estadual não manteve diálogo. A concessão está prevista para acontecer ainda este ano.
“Não houve cadastramento até o momento e nem garantia que eles vão continuar lá depois da concessão e faltando poucos dias da apresentação do edital convidaram para participar de uma audiência pública, onde os informais não estão inseridos no projeto”, diz o presidente da Associação Beneficente do Bairro Nova Esperança, Osvaldo Santos.
Em resposta, a secretaria afirma que foi instituída, no dia 16 de agosto, uma comissão para acompanhamento dos atos de regulação dos usuários da Ceasa, por meio da Portaria 034/2021, que abrange os trabalhadores informais, “no intuito de resguardar o desenvolvimento social e econômico da população com a inserção de diretrizes norteadoras ao futuro concessionário no Edital a ser publicado após análise dos setores competentes”, diz a nota.
A SDE diz ainda que foram realizados roadshows para acolhimento de contribuições e que fez parcerias com órgãos responsáveis pelo cadastramento dos tranbalhadores para mapear a dinâmica de operação atual.
A Consulta Pública do processo de Concessão da Ceasa, aberta no dia 6 de julho, pode ser acompanhada através do site. Toda a população baiana pode participar do projeto, enviando sugestões através de formulário próprio disponibilizado no site e do e-mail: concessao.ceasa@sde.ba.gov.br.
De acordo com a SDE, a concessão será por um período de 35 anos, e prevê que o futuro concessionário ficará responsável por construir quatro novos galpões, uma praça de alimentação, um prédio logístico de funcionários, um novo frigorífico, reforma dos cinco galpões, ampliação da área de carga e descarga, implantação de estacionamentos e área de convivência.
A concessão será feita para gestão, ampliação, modernização e manutenção da Central de Abastecimento (Ceasa-Ba). Segundo a SDE, o projeto é um ideal de requalificação da infraestrutura que atenta para o desenvolvimento social e humano. Dentre os objetivos, estão: redução do tempo de distribuição dos produtos, oferta de novos itens, maior aproximação entre o produtor e o distribuidor e uma expansão que aperfeiçoe a competitividade gerando assim melhores preços ao consumidor.
A Central de Abastecimento da Bahia (Ceasa) foi fundada em 28 de março de 1973 com a finalidade de racionar e otimizar os processos de comercialização e abastecimento de produtos alimentícios, disponibilizando infraestrutura, gerenciamento, apoio logístico e serviços complementares. O equipamento atende a supermercados, hotéis restaurantes, hospitais e pequenos comerciantes.
A Ceasa comercializa hoje, em média, 140 itens que compõem a cadeia de produtos hortifrutigranjeiros. O espaço possui 941 mil metros quadrados de área total e 493 mil metros quadrados de área construída.